Privilégios da diretoria e status de ídolo transformam Kleber e Valdivia em mimados.

Valdivia e Kleber têm deixado a desejar em campo, não são nem sombra dos jogadores que há três anos conquistaram o título paulista, único com a camisa do Palmeiras. Apesar disso, graças a chutes no ar, declarações polêmicas e relação com torcida organizada, têm status de ídolos e não se cansam de usufruir disso. Acabaram se tornando jogadores mimados pela torcida e, principalmente, pela diretoria.

O meia e o atacante já deram vários sinais de rebeldia, mas nada que pudesse abalar a cumplicidade da cúpula alviverde e o amor de grande parte da torcida, que a todo momento dá provas de carinho pela dupla.
O chileno protagonizou o último episódio depois de receber uma proposta de 8,25 milhões de euros (cerca de R$ 19 mi) do Al Saad, do Qatar. A diretoria tinha interesse em negociá-lo, já que o jogador sofre com lesões, atuou em 40% da temporada e desfalcará o time por pelo menos mais dez jogos. Além disso, o presidente Arnaldo Tirone precisa quitar uma dívida de 6,25 milhões de euros (aproximadamente R$ 14 milhões) com o Banif, adquirida na gestão do ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo para contratá-lo.

Valdivia bateu o pé e não quis ir embora. Está adaptado a São Paulo, ao clube e precisa restabelecer sua boa imagem, manchada pela má temporada. Para pôr fim às especulações de que teria pedido para ser negociado, jogou a culpa na diretoria ao reproduzir em seu Twitter uma matéria confirmando o sinal verde do clube para sua transferência.

E mais uma vez suas vontades foram atendidas. Tirone recusou a oferta e chegou a dizer ao jornal O Estado de S. Paulo que era melhor o atleta permanecer para ?não ter mais confusão no Palmeiras?.

Assim como o amigo, Kleber também se acostumou com os mimos e agrados. Chegou ao ápice quando pediu para defender o Flamengo diante de uma proposta tentadora e chamou o vice de futebol Roberto Frizzo de mau caráter. Nem Felipão, que teve conflitos com o cartola, o desrespeitou dessa forma. O atacante não recebeu qualquer punição e, mesmo dizendo que não pediu aumento, um reajuste está sendo estudado para janeiro de 2012.

Em campo, o Gladiador não vem rendendo como esperado e balançou as redes apenas uma vez nos últimos 13 jogos. Ainda assim se sente no direito de dar bronca nos companheiros. Após o empate por 2 a 2 com o Atlético-PR, quarta-feira, na Arena da Baixada, sugeriu até mudanças no time. ?Ou o jogador tem comprometimento de obedecer a ordem e fazer o que a gente tem falado, ou tem que trocar. É simples: ou faz ou troca?, disparou, no desembarque no aeroporto de Congonhas, na quinta-feira.